Os jardins da Quinta Vigia, antiga Quinta das Angústias, continuam bem cuidados. Como sempre. No entanto, com o novo Governo foram introduzidas duas alterações que considero terem sido um passo atrás.
Em primeiro lugar, passou a custar 1€. Não é pelo valor que se deixa de visitar o jardim que antes tinha entrada gratuita, mas pela decisão que trava as entradas pela obrigação de ir pagar aquele montante. E, além disso, creio que o dinheiro arrecadado talvez nem dê para alimentar as aves do jardim. Mas são decisões.
Em segundo lugar, há outra coisa pior. Antes, a entrada fazia-se seguindo sempre em frente, passando pelo acesso ao edifício onde está o presidente do Governo Regional. Agora, esta passagem está vedada ao público.
O acesso ao jardim, aos pagantes, faz-se por um caminho à esquerda da entrada na quinta, que até nem é feio. O problema está no final, num improvisado caminho em que é necessário passar de placa de cimento em placa de cimento, o que, em dias de chuva como o que estava no dia em que fiz esta fotografia, a terra quase se confunde com as placas e ficamos com os sapatos sujos. Não é um acesso digno de um espaço daqueles mesmo em dias em que não está chuva, que, felizmente, não são tão frequentes na Madeira.
A Zona Velha é conhecida pelas suas portas pintadas, ou melhor pela Arte das Portas Pintadas. Sim porque a diferença reside precisamente pela arte que diferentes artistas enriqueceram as portas daquela área da cidade.
No entanto, nem todos optaram por ter portas com arte. Têm as portas cuidadas mas pintadas de forma tradicional.
Estava no jardim do Museu Quinta das Cruzes quando vi, a alguma distância, um melro preto (turdus merula) a tomar um delicioso banho. Pareceu-me novo e o seu olhar parece de quem questiona quem seria aquele com a máquina preta na cara.
Apenas uma nota para referir que o pássaro está a banhar-se num dos itens museológicos em exposição no jardim.
A fotografia mostra dois conjuntos edificados da cidade. Em primeiro plano, vemos a Casa-Museu Frederico de Freitas, em tons avermelhados, que é uma presença marcante na Calçada de Santa Clara e um elemento de destaque no âmbito da arquitetura civil urbana da zona histórica da São Pedro e do centro do Funchal. O edifício é o resultado de sucessivas remodelações e ampliações.
Frederico de Freitas começa a colecionar a partir dos anos 30. É a mudança para a ampla moradia da Calçada que lhe permitiu organizar a sua Casa das Coleções.
Inicialmente, colecionava objetos relacionados com a Madeira. Mas logo se tornou mais abrangente envolvendo um vasto conjunto de peças de escultura, pintura, mobiliário, cerâmica, gravura, de origem nacional e estrangeira.
Recebido o legado, em 1978, o Governo Regional inaugura a Casa-Museu inaugurada em 1988, com a abertura da Casa da Calçada e de uma zona dedicada às Exposições Temporárias.
O projeto do museu ficou completo em 1999, com a conclusão da Casa dos Azulejos, concebida e edificada para acolher o importante acervo de azulejaria, com condições de acessibilidade, reservas, oficina e Auditório e da Casa da Entrada.
Mas abaixo está o Museu de História Natural do Funchal, localizado no Palácio de São Pedro, uma das mais significativas obras da arquitetura civil portuguesa, de meados do séc. XVIII.
O Museu foi inaugurado oficialmente a 5 de outubro de 1933.