Há uns dias encontrei, de manhã, um homem de corpo franzino na Praça do Munícipio. Parecia procurar algo naquele espaço nobre da cidade do Funchal.
À tarde, quando regressava apressado do trabalho para ir buscar o meu filho à escola, percebi o que aquele homem buscava, o melhor ângulo para desenhar.
Como ia com pressa, tive pena de não o fotografar.
À tarde, quando regressava apressado do trabalho para ir buscar o meu filho à escola, percebi o que aquele homem buscava, o melhor ângulo para desenhar.
Como ia com pressa, tive pena de não o fotografar.
Hoje encontrei a mesma pessoa, de manhã, já com o enquadramento encontrado, a sentar-se num recanto do Largo da Chafariz, com a catedral do Funchal a marcar o ângulo que tão bem escolheu. Mas ainda não estava a pintar. Ao almoço, embora fosse igualmente com pressa, parei e perguntei se podia fotografar. John Lins, esse é o seu nome, aceitou sem muitas palavras, mas com gentileza.
John Lins é um dos muitos estrangeiros que em vez de fotografar prefere captar os recantos com as suas impressões, os seus traços.
John Lins é um dos muitos estrangeiros que em vez de fotografar prefere captar os recantos com as suas impressões, os seus traços.