Há dias passei na rua que fica acima desta quinta abandonada, paredes meias com a Quinta Magnólia, no Funchal, que aqui mostro em dois planos diferentes.
Olhei demoradamente para aqueles espaços sem tecto que parecem ter sido levados pelo tempo e por incêndio.
Imaginei o dia em que recebeu as primeiras pessoas e a alegria que tiveram.
E imaginei a vida que a casa já terá conhecido naquelas diferentes divisões.
Mas, inevitavelmente, fiquei triste por voltar a perceber que tudo é efémero.
O Jardim Botânico está pouco definido nesta fotografia. Diria, para facilitar, que a mancha verde que surge em primeiro plano. É o mais icónico da ilha da Madeira, com um jardim que cobre uma área de 80.000 m² e que alberga uma fascinante coleção de espécies de muitas plantas, e uma zona de pesquisa e conservação.
Está localizado na Quinta do Bom Sucesso, datada de 1881 pela família Reid, que criou o jardim como o seu parque privativo. Hoje, a propriedade é aberta ao público.
Além disso, proporciona uma vista soberba para a cidade do Funchal.
O que aqui vemos é uma quinta madeirense, a do Paço Episcopal, onde está o bispo do Funchal, D. António Carrilho.
Em primeiro plano, sem contar com esta construção recente com ar condicionado escondido no topo, temos ainda, onde vêem o que parecem ser palmeiras ou algo semelhante, o cemitério dos ingleses. Curiosamente, este edifício mais moderno é do que poderemos dizer sinteticamente, de um concorrente da igreja católica.
Esta fotografia dos jardins da Quinta Palmeira, foi obtida a uma grande distância, só possível com um zoom potente. Ao longe, esta janela manuelina que se encontrava no edifício João Esmeraldo, onde se pensa que Cristóvão Colombo tenha vivido, apenas é notada conforme o sol bate.
A Quinta Palmeira situa-se acima da Rua da Levada de Santa Luzia e pertence aos herdeiros de Jimmy Welsh. Nela sobressaem os majestosos jardins de elevado interesse botânico, as árvores de grande porte, a vista soberba para a cidade, e a própria quinta madeirense.
A quinta também teve problemas com os incêndios do verão de 2016.
A partir de hoje, passo a escrever em português no site Funchal Daily Photo. Depois de uma exigência, ou perto disso (pelo menos sempre fiquei convencido que assim era), para que estivesse em inglês se quisesse que figurasse no portal internacional de cidades City Daily Photo, onde está desde o início, em 2009, decidi agora que vou escrever na língua de Fernando Pessoa. Hoje, não essa imposição, se é que havia.
Sei perfeitamente que a grande maioria das pessoas que seguem ou vêem o site é de fora de Portugal, mas também há muito que queria escrever na minha língua, que domino, com a qual me consigo expressar muito bem.
Aliás, foi precisamente por ter escolhido a matriz da língua inglesa que me levou a que a maioria dos meus posts apenas surgisse com a fotografia. Estou ciente que, por vezes, uma fotografia dispensa apêndices, mas outras exige um complemento.
Em relação a esta fotografia, é uma entrada charmosa de uma quinta madeirense que fica na Rua da Levada de Santa Luzia.